As portas da morte tornaram-se uma fonte de inspiração para tudo. E nos últimos dias tenho pensado em "coisas que nunca tinha pensado" a taxas muito mais elevadas que o normal. Poderá ser do traumatismo craniano, esperemos que não.
O tema mais interessante é a morte em si, mas a crueza da realidade não inspirou o poeta romântico que há em mim. Por exemplo, o seguinte poema (de categoria: Brutal), neste contexto, não faz qualquer sentido:
"Ele vai só ele não tem ninguém
onde morrer um pouco toda a morte que o espera"
do Ruy Belo
O tema que mais me tem interessado é a relação entre o amor e a morte. A razão para tal é que as pontes entre as razões e a morte são, para mim, rígidas, estruturadas, representam uma solução em si. E as soluções implicam problemas e definições e estruturas específicas. As pontes entre as emoções e a morte são infinitas, subjectivas, ou feitas de cordas... bambas.
Pensar na morte de uma forma desestruturada, afectiva, sentimental, é, em geral, perigoso, entregamo-nos aos sabores de todas as ideias negativas associadas à morte. MAS, ao entregarmo-nos emocionalmente ao assunto da morte com o amor em nós, temos a segurança de evitar as negatividades inerentes ao assunto.
"Era uma vez um reino a que chamavam o 'Reino da morte que chega em 5 minutos'. Nesse reino todos viviam, e tinham crescido, com uma crença (que se renovava exactamente todos os 5 minutos): a minha morte chega em 5 minutos. Isto é, ninguém morria, mas toda a gente achava, e tinha crescido a achar, que ia morrer nos próximos 5 minutos."
Imaginem um livro que comece assim. Se eu o escrevesse, hoje escreveria o capítulo basilar, o capítulo do amor. Que formas tomava a paixão no 'Reino da morte que chega em 5 minutos'?
Bem, não sei bem aonde quero chegar com isto, mas que interessa? E estou cansado para desenvolver (a 'montanha russa da morte' foi há exactamente 48 horas e a cabeça ainda lateja).
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