27 outubro, 2007

Indiferença Intelectual

Depois de ter rumbado ate as 7 da manha, o frio continua e anula a vontade de fazer seja o que for.
Em Lima, passeava por uma parte um pouco perigosa da cidade e parei para almoçar.
O restaurante de madeira com vitrinas repletas de garrafas de vinho era onde os trabalhadores administrativos almoçavam. A bebida do menu era chá de anis (quente) de cor amarelada: a pior bebida que já algumas vez me foi dada a provar. Talvez a segunda pior seja a Inca Kola: a famosa cola peruana também de cor amarelada e de sabor a ... pastilhas gorila!
À saída do restaurante, dois ... corpos cruzaram-se comigo e de tal forma eram diferentes que me arrepiei de surpreendido. Eram indígenas. Levavam mantas escuras de sujo por cima de roupa escura de sujo. Da pele escura e da roupa um só pensamento imediato: "nunca foi lavada". Com as duas mãos ásperas levavam, os dois, pão branco, à boca. Com uma sofreguidão que nunca tinha visto senão em ficção. Ao ver a fome parei.
Todos sabemos que morrem crianças à fome em África e até conseguimos falar disso sem que qualquer tipo de emoção nos invada. Aprendemos a indiferença intelectual. Mas se imagens e sons dessa realidade nos invadem, ai caímos.
Um pouco mais tarde, poucos quarteirões mais ah frente, vi a mulher elefante, muito semelhante ao homem elefante do lynch. Mas real e à minha frente, sem indiferença intelectual para me defender...

26 outubro, 2007

Cusco, Peru

Entretanto a festa em cusco já começou. "Yo brother, chévere!"

Pelo Peru: Huacachina e outros

Cada vez mais levo o blog a serio. Não só para vos contar o que vai passando mas também para fixar para mim o que esta a acontecer. Para me lembrar das minhas memorias.

Ainda Mancora
Apesar de ter escrito sobre muitos sítios, houve muitos de que não falei. Mancora no norte do Peru é a praia para o surf. Fica a foto com as gentes da pousada. Os nossos amigos Venezuelanos fizeram arepas (pizzas de trigo tradicionais da venezuela) para todos.


El Lucho (meu homónimo), artesão da Venezuela, viajava com a namorada e seu tio: um grupo de jovens venezuelanos. O tio (de 29 anos) tinha estudado informática e historia de arte. A gente rica de cá tem muitas vezes mais de um curso, como o Diego brasileiro que esta a estudar Direito no privado e ciências Politicas no publico.
De mancora fica na memoria o Lucho, a sua safira, e principalmente a sua amabilidade desarmante.

Ainda Lima
Depois de Mancora veio a aventura Limeña do post anterior. Não mencionei que mal cheguei a Lima vi o Carlos. Colega de faculdade que veio ao Peru cometer a sua "loucurazita burocrática". Um bravo e o primeiro português que vejo por este continente!
Encontramo-nos num centro comercial na marginal de Lima. Eu odeio centros comerciais. Mas aqui estamos ao ar livre e com esta vista:


Huacachina
Depois das aventuras mais japonesas que limeñas o Barac, a Alex e a Claudia resolveram colar-se a mim para um par de dias no "único oásis da América do sul".
Quando se diz OÁSIS aqui, pensem em tudo o que faz parte do estereotipo, tirem-lhe os camelos, ponham-lhe boogies e ai têm Huacachina.
O lugar é de fazer cair os queixos: dunas gigantes de areia e um sol fantástico a bater num lago circundado de palmeiras. O hostel tem uma piscina mesmo entre as dunas e o lago. O quarto custa quase 4 euros :-)
De manha saímos para fazer sandboard: snowboard na areia, duna a baixo. Chegamos às dunas nuns boogies loucos! Voamos dentro do boogie, literalmente!
Finalmente acho que as fotos fazem jus ao que eu vi!









25 outubro, 2007

Fotos de Lima

Chegaram as fotos de Lima. Um dos meus momentos favoritos de toda a viagem.


Nas fotos, os jovens Barach, Alex e Claudia e os velhos Luís e Luísa. Na mesa jovem um chevice (prato nacional peruano da familia do sushi), um chicaron (peixe panado), um arroz chaufa (prato peruano de ascendência chinesa) e um mix de marisco (em frente ao barach, onde se ve a perna de um lavagante a saltar). Na mesa dos velhos só o pisco sour feito em casa.

21 outubro, 2007

Lima, Peru

Disclaimer do teclado: aqui os teclados sao sempre diferentes e os acentos e letras especiais nunca estao no mesmo sitio. Muitas vezes simplesmente nao tenho paciencia para procurar-los. Dai o misto de nenhuma acentuacao, com acentuacao correcta e errada.-> ah significa a com um acento qualquer.-> e hoje o corrector ortografico nao funciona!

Ao contrário do que pode parecer viajar sozinho é muito fácil. Aqui raros sao os momentos em que estou sozinho.Várias pessoas me perguntaram como é que eu conhecia gente aqui. E foi há exactamente 48 horas, quando estava sentado na esplanada de terraco aqui da pousada que pensei nisso a ultima vez. Tinha acabado de chegar ah pousada, pousei as coisas e sentei-me na esplanada para descansar um bocado e beber qualquer coisa.
Á minha volta, uma mesa com americanos a jogar cartas e a falar ingles, duas mesas com dois casais angloparlantes, a senhora do bar e um chico mestico (onde raio esta o c de cedilha? chama-se Barak que significa raio em Hebreu). Ele fala um pouco de espanhol com a senhora do bar e deu-lhe um beijo como se ja a conhecesse ha muito tempo. Gostei disso. Pediu uma cerveja, eu outra. Na mesa ao lado da dele eu "tomava" a minha "cerveza" e lia o meu livro (A verdade das mentiras de Vargas Llosa, tenho de escrever um post sobre os livros de ca). Nesse momento comecei a pensar na questao do viajar sozinho e no processo de socializacao. E era obvio...
Com os americanos via-me a aproximar da mesa deles e a debitar um "may I join?" mas de americanos esta o mundo cheio. E as oportunidades sociais dos "gringos-puros" sao poucas. Para alem de eu so de pensar no assunto ja comecar a neurotizar com a minha ideia de americano e o seu MacBrain. A disposicao cerebral dos americanos (viajantes) é maravilhosamente monotona: Hollywood movies, going out clubbing, being very very adventourous (so I can tell my mom and friends about it and make them proud of me) e aquela pronuncia que ja me irrita. Daqui pensei que o melhor seria debitar um "could you please SHUT THE #### UP?". Acabo sempre por perder tempo cerebral demais a criticar as coisas de que nao gosto.
E ali estava o Barak, mesmo ah minha frente, a ler um livro parecido com o Lonely Planet (guia turistico que toda a gente usa aqui) mas estranho. Um trago de cerveja e logo tive de debitar "eso es un Lonely Planet?", nesta altura ainda pensava que ele poderia ser peruano, ou assim. Ele respondeu em ingles e disse que era o Lonely Planet em Hebreu. Pedi para ver. Bem, assim comecou a conversa. Felizmente nao comecou de tras para a frente como o Lonely Planet. Ou sera o meu que comeca de tras para a frente?

Dai ate agora estive sempre com ele. Ia sair com umas amigas de quem estava ah espera. Convidou-me. Nem sei bem que hei-de debitar sobre o assunto, mas aqui vai um apanhado fotografico.
Duas noites com o Barak (Israelita), a Alex (namorada do Barak, peruana com pais argentinos judeus), a Claudia (peruana de lima mas bisneta de emigrantes japoneses, "la china") e a Lisete (peruana de cuzco). Mais tarde porei as fotos deles que se tiraram ontem.

Depois de uma noite num bar, a Alex (a namorada do Barak que é a mais vistosa) desapareceu ás 3 da manha. Ela e o Barak estao sempre a discutir (em Hebreu) e ela nao tem telemovel. Pensamos que tinha fugido dele. Quando chegamos ao hostel as 6 ela estava a dormir. Tinha-se perdido e, num dos bairros mais seguros de lima, tinha passado um carro de onde dois homens sairam para tentar agarra-la para dentro. Como um rapto. Ela diz que lutou gritou e por acaso havia um carro da policia mais ah frente. Os sequestradores largaram-na e fugiram. Mas a Claudia diz que nao acredita na historia dela e que eh so um filme para confundir o Barak. O amor sulamericano em Hebreu está dificil.... ou entao Lima é que é uma cidade perigosa.
Depois houve a chegada ao hostel, mais uma dicussao em Hebreu, uma garrafa de rum, muita conversa em espanhol e a cama finalmente as 8 da manha. Ah, isto tudo no Hostel Espanha que eh o hostel mais bonito em que ja estive. Durmo num quarto com 10 camas que me custa EUR 3,20 por noite. O hostel é uma mansao colonial espanhola muito antiga e repleta de arte: bustos de filosofos gregos, a venus, pinturas classicas, plantas, flores, tartarugas no terraco, etc...
Ontem acordei e sai para ir lavar roupa ah lavandaria. Encontrei a Claudia ah espera dos outros para almocar. Coversa fiada e almoco com eles outra vez. Andar com locais é sempre melhor! Fomos almocar a um restaurante de mariscos do pai de uma amiga da Claudia (tambem japonesa). FABULOSO. Comemos muitissimo e bem, marisco (um post de comidas tambem esta por fazer): chicharon misto (peixe panado), chevice (cebolada de peixe cru, prato nacional peruano), caranguejo, arroz de marisco, etc.
Depois do almoco passeio pelas ruas da parte comercial mais tradicional. Lima aqui nao é muito diferente de bangkok!!! CAOS!!! Nesta altura eu ja fazia parte do grupo e a claudia convidou-me para o evento da noite: pisco sour em casa dela com o seu avo. Compramos pisco puro, ovos, limao e gelo para fazermos pisco sour, a bebida nacional peruana. Aqui todos ficaram chocados comigo porque estava a tentar entender como se dizia huevos aqui (dizem de uma forma diferente na venezuela). Passei meia hora a dizer huevo, juevo, huevo, juevo, huevo, juevo, huevo, juevo (um turista numa loja de bebidas a dizer alto BOLAS, TOMATES, BOLAS, TOMATES...).
Dai para a casa da Claudia.
Familia de emigrantes japoneses no peru, nos anos 30. O seu avo nasceu no peru, os pais tambem (todos de raca niponica), e ela tambem. Os pais re-emigraram de volta para o Japao nos anos 90 e a Claudia ficou no Peru com os avos. O Luis, avo da Claudia, é um senhor japones de 72 anos que nos esperava sentado na sua mesa da sala. Muito simpatico, so fala espanhol e um pouco de japones, o que torna a conversa com o Barak, que nao fala espanhol, um pouco limitada, mas muito animada. O Barak é muito simpatico e descontraido e safa-se muito bem mesmo sem falar espanhol. Chegamos e logo se comecou a preparar o pisco sour. A cerveja ja estava na mesa ah espera...
Foi uma noite longa de conversa... O Luis deita-se todos os dias as 9 e acorda as 2 para fazer desporto... tem aspecto de 50 anos. Esteve este ano nos estados unidos para conhecer pela primeira a sua irma! A Luisa, sua esposa, é uma mulher calada, que vive na cozinha e que nos prepara azeitonas, queijo, pipocas e chicharon de frango. Apesar de serem classe media, a casa é pobre, pior que a minha casa em Timor. As netas, Claudia e Melissa ambas estudam na universidade (economia e contabilidade). A Melissa, irma mais nova da Claudia, tem 23 anos e acaba agora o curso de contabilidade. Vai ser entrevistada na Deloite para fazer ou contabilidade ou auditoria, consultora! Como estagiaria pode ganhar 200EUR e depois, com alguma experiencia, pode chegar aos 400EUR. Por mes, claro! Em Lima um empregado de mesa ganha 120EUR por mes. Lembrei-me das minhas amigas alemas de Geneve que trabalham na Procter & Gamble como consultoras (emprego muito semelhante ao da Melissa) mas que ganham mais de 10 vezes mais. A desigualdade de oportunidades está sempre a dar-nos chapadas aqui. E a Melissa é uma priviligiada que pode ir ah universidade!
Felizmente o almoco foi gigantesco e o pisco e cerveja nao fizeram muito efeito.Com o Luis falei do japao. Ele é bem de direita. Como todo o bom direitista aqui (e tambem em Portugal) trata os actuais presidentes sulamericanos de comunistas. Mas o mais interessante é o que me conta do Japao... okinawa, os seus avos, os samurais e o seu sistema de honra, a relacao do japao com a china, como ele ve os chineses (antipaticos), o orgulho de o japao nunca ter sido dominado por nenhum outro pais, orgulho na ocupacao da korea e taiwan antes da segunda guera mundial, os kamikazes que os muculmanos copiaram, o corpo a corpo imbativel dos samurais so vencidos pelas bombas atomicas, "se um samurai faz algo de errado espeta o sabre no peito". Entretanto a musica japonesa antiga soava... anos 30 no japao. Depois a Claudia ja estava bebada e mudou para o bem moderno REGEATON!!! A Melissa, que se tinha juntado ha pouco ah festa, ja tinha ido para a cama porque estava bebada. E "nós, outros" ja estavamos todos, ah volta da mesa, a abanar o corpo, incluindo o Luis. A Luisa sentada no sofa, muito calada.
Nao falo do que falei que voces ja sabem. A curiosidade do Luis é infinita: Portugal, o Brasil, a Europa, os telemoveis, e de tudo um pouco. Sabe pouco sobre estas coisas, mas esta sempre pronto a disparar uma pergunta pertinente e simpatica.
Uma sessao de fotos e um taxi para uma discoteca para bailar salsa e regeaton. Ninguem tinha energia, pela noite anterior... e fomos todos para casa.
Lembro-me que ainda estive a explicar ao condutor do taxi o que era a separacao do lixo. E de ele me falar da estatua do Pizarro (o conquistador espanhol de lima) que foi retirada ha 4 anos da praca central pelo presidente da camara (alcaide) indigena. Com protestos da embaixada de espanha, claro! Ha que idolatrar o assassino!!! Aqui ha que ter orgulho na parte branca dos nossos genes, ou nao!
Hoje acordei com um grupo de gente de meia idade a cantar musica religiosa no atrio do hostel, todos brancos, todos com aspecto de ricos. Pacifica a musica. Mas acordei a insulta-los. Descendentes de assasinos, como eu!
E assim foi o meu fim de semana...

17 outubro, 2007

Morriña genevoise ou o sonho que só tinha naquela cama

De França,
Uma barra de luz cruzava
(pelo gume central)
a montanha em W invertido.
Em geometria perfeita - caia
toda a matemática, aos pés
dos meus 20 metros de casa quadrada
- no centro do acelerador.

Do outro lado, vacas roxas
e amarelos, campos
e um sol que esverdeava um país girassol.
Árvores de folha vermelha, castanha e montanha.

Na sujidade das casas ocupadas
e das nossas calças largas.
No acento francês mas amigo,
No calor fundido da prancha de neve e suor
E do vinho canela.
Eu encontrava-a dizendo "il pleut doucement".
E a fille de la montagne descia
sobre mim o encanto
d'être réveillé...

12 outubro, 2007

O sul do Ecuador e a entrada no Peru

Depois de Quito, capital do Ecuador, onde vivi, acima de tudo, uma experiência sociológica (post a fazer), atirei-me para a costa pacifica do Ecuador.

Puerto Lopez
Primeiro Puerto Lopez, uma praia também conhecida como as Galápagos dos pobres. Ir às Galápagos é muito caro (uma semana fica por, no mínimo, 1000EUR). Em Puerto Lopez apanha-se um barco até à Isla del la Plata onde se vêm baleias e passarinhos de patas azuis. Uma amostra das Galápagos.

Montañitas
Depois Montañitas, uma praia também conhecida como a capital nacional do surf.Montañitas é como Kuta (em Bali, Indonésia) mas mais pequeno e "menos sobre-desenvolvido". É praticamente impossível ser "tão sobre-desenvolvido" como Kuta (em Montanitas não há casas de massagens nem prostituição; elementos que a separam de Kuta, pelo menos supreficialmente). Bem, a praia é fantástica! Os instrutores de surf convidaram-me para um jogo de futebol e depois para uma fogueira com maduros (um post sobre comida estará para breve). Á volta da fogueira os instrutores e um grupo de gringas (gringo aqui quer dizer angloparlante). Montañitas é famoso pelas drogas que ai se consomem. Eu não vi nada á excepção do charro que rodava a brasa com os maduros. Mais tarde, ao jantar, um dos instrutores passou no restaurante onde eu jantava sozinho e sentou-se a meu lado. O rapaz devia estar mesmo muito longe com uma moca sabe-se lá de que droga. Eu recordarei a conversa sobre viajar e outros países e a pergunta que lhe fiz: "Y el Peru, te gusta?" ao que ele respondeu: "yaaaaa, buenas olas!!". Náo sei como náo me parti a rir em frente a ele...

Guayaquil
No dia seguinte fui para Guayaquil, a maior cidade do Ecuador. Caminhei à noite pelo centro e vi a que até agora é a cidade mais moderna e arranjada da viagem. Passeios sem buracos! Bancos! Iluminação da via publica! Segurança! McDonalds! Caixotes do lixo! Nokia! Estradas asfaltadas! Um festival de dança! Samsung! Uma exposição de pintura! ... enfim, a modernidade... com o bom e o mau... o desenvolvimento... a globalização... tudo o que um turista como eu não quer ver...

Machala
A sul de Guayaquil, Machala, a capital mundial da banana, "del banano". Se na Malásia vi hectares e hectares de palmeiras como nunca tinha visto, em Machala eram bananeiras! TANTOS kms! E recordo as linhas perpendiculares à estrada sem bananeiras... infinitas!

Peru
Mais abaixo no mapa e à frente no tempo, o Peru! Na costa, tal como a grande maioria das fronteiras internacionais que tenho conhecido, a fronteira entre o Ecuador e o Peru é natural. Acabam-se as bananeiras, aparecem os CACTOS! Estou no deserto! Mas melhor que um deserto normal, este tem vista para o pacífico. Hoje durmo em Mancora, uma vila de gringos e surfistas neste deserto com vista para o mar. Lindo!

E agora, vamos ao surf!

09 outubro, 2007

Gripe dos Andes

Uma gripe apanhada em Quito nao me deixa fazer surf, mas deixa-me estar fechado num cyber café quentinho a fazer posts (7 novos hoje). Ora vamos lá...

Há quem diga que os Andes devem o seu nome ao facto de estarem cultivados!? Montanha cultivada, sem socalcos... (na colombia)


Há quem diga... (na venezuela)

As Maos de Guayasamín

Estes 13 pares de maos foram pintados pelo pintor ecuatoriano Oswaldo Guayasamín. Cada par de maos tem um adjectivo associado. Os adjectivos retratados sao: protesto, ternura, silencio, medo, insaciáveis, esperanca, grito, oracao, terror, mendigo, lágrimas, meditacao e ira. Qual aassociacao correcta entre quadro e adjectivo?


Pessoas

Tenho sempre vergonha de tirar fotografias a pessoas e por isso tenho tao poucas caras...



O Yiftach de Israel (notem o lenco!), o Diego do Brasil, o Luciano da Argentina e eu.
Depois destes personagens "muy buena onda" só conheci viajantes angloparlantes... gente, em geral, muito menos interessante.








Os grandes Colombianos, vendedores de bilhetes. Que simpatia!








A amiga Adriana e o seu Roberto de Quito (Ecuador) a comer choclos com queijo (espiga de milho com queijo fresco).

Mapa e Estatística

Mapa
Ora aqui está o mapa do meu Moleskine (copyright Sara Moreira). A vermelho o que já fiz.

Estatística
Em 23 dias de viagem estive 118 horas dentro de um transporte (seja jeep, aviao, autocarro ou taxi). A média até agora é de mais de 5 horas de viagem por dia.
Em 8 dias na Venezuela gastei, em média, 30EUR/dia. Em 9 dias na Colombia gastei, em média, quase 20EUR/dia. Em 4 dias em Quito gastei, em média, 30EUR/dia.

06 outubro, 2007

Altitude

De Cucuta, cidade Colombiana que faz fronteira com a Venezuela, a Bogotá (a capital) foram 17 horas de autocarro. Ora o altímetro diz-nos que Cucuta está a 320metros de altitude, depois vem uma estrada que passa a 3000m, depois vem Bucaramanga a 960m e depois Bogotá a 2640m! Só com estes pontos (em principio há ainda mais sobe e desce) temos 4360 metros a subir e 2040 a descer!Estes números são gigantescos, mesmo se comparados com valores alpinos. A Wikipédia diz que a mais alta _cidade_ da Europa está a 2300m de altitude.
Bem, de Bogotá (2640m) ate á capital do Equador, Quito (2850m) a historia repete-se com, por exemplo, Cali a 1000m, entre outros.A estrada é a estrada panamericana, que é basicamente o meu trajecto por estas bandas.http://es.wikipedia.org/wiki/Carretera_Panamericana

E por falar em alturas. Um dos melhores momentos da viagem foi o jogo de futebol em Bogotá com uns putos de 14 anos. Passados 5 minutos já estávamos todos a arfar, de mãos nos joelhos e com tonturas: 2640m. Daqui vieram as historias dos grandes sucessos da Bolívia nas Taças Americanas quando joga em casa no seu estádio a 3600metros de altitude :-)

01 outubro, 2007

Gringolândia

Estive aqui há três dias:
http://www.eltiempo.com/nacion/oriente/2007-10-01/ARTICULO-WEB-NOTA_INTERIOR-3746250.html

Se para uns. Estar aqui na sudamerica é uma grande aventura, a maior da vida deles! Especialmente para os gringos (americanos, australianos, ingleses). Como para o rapazito que fez de buenos aires a nova york de mota. Para mim estar aqui é a coisa mais normal do mundo (a forma desta frase é uma experiência).
Não me sinto aventureiro. Milhares e milhares de pessoas já fizeram estas rotas. Não são rotas de aventura, são rotas de turismo de aventura. Aventura para esta gente é serem 6 da tarde e ainda não saberem onde vão dormir, ou ter de falar espanhol para comprar um bilhete de autocarro, ou saber que aqui há raptos.
Por outro lado, os anglófonos, em geral, dão muito valor ao fazer a viagem e depois dizerem que a fizeram. Serem vistos como aventureiros é, para a grande maioria dos viajantes, o mais importante da viagem.

Para mim, eu não sou aventureiro, os outros é que são uns atados! Sim, lamento, vocês ;-)

Há muito poucos turistas culturais aqui, turismo étnico!? Este é o turismo que me interessa. E como falo espanhol, a cultura de cá está fantasticamente disponível em todas as esquinas.

No mas gringos! Sudamericanos, claro!